quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

CHEGA DE PRECONCEITO!!! " EU TENHO A ESQUIZOFRENIA, MAS ELA NÃO ME TEM "...


A esquizofrenia é uma doença mental incapacitante e crônica, que ceifa a juventude e impede o desenvolvimento natural. Geralmente se inicia no fim da adolescência ou no começo da idade adulta de forma lenta e gradual. O período de conflitos naturais da adolescência e a lentidão de seu início confundem as pessoas que estão próximas. Os sintomas podem ser confundidos com "crises existenciais", "revoltas contra o sistema", "alienação egoísta", uso de drogas, etc.
Quando um filho tem esquizofrenia, ele sofre e sofre também a família. Num primeiro movimento, tenta-se esconder a doença por causa do preconceito social. Quando a doença não passa, os sonhos se desfazem, a preservação da imagem não tem mais sentido porque a doença é mais grave que o preconceito. A desesperança surge junto com a tristeza e o sentimento de perda da vida, da perspectiva, do futuro daquele que adoeceu tem que ser superado. A doença não pede licença: impõe e obriga-nos a mudar de postura diante da vida, diante da dor. Geralmente inicia-se por volta dos 15 ao 25 anos de idade, e começa a apresentar sintomas que vão afastando da realidade e acaba por construir um mundo particular, fantasioso, absurdo, impossível de ser compartilhado com as outras pessoas.
Alguns sintomas, embora não sejam específicos da Esquizofrenia, são de grande valor para o diagnóstico. 



Seriam:
1- audição dos próprios pensamentos (sob a forma de vozes)
2- alucinações auditivas que comentam o comportamento do paciente
3- alucinações somáticas
4- sensação de ter os próprios pensamentos controlados
5- irradiação destes pensamentos
6- sensação de ter as ações controladas e influenciadas por alguma coisa do exterior.
A esquizofrenia não pode ser encarada como uma desgraça: tem que ser vista como uma barreira natural para nossos planos e desejos pessoais. Quando alguém na família adquire esquizofrenia é necessário que toda a família mude, se adapte para continuar sendo feliz apesar da dor.


                    " EU TENHO A ESQUIZOFRENIA, MAS ELA NÃO ME TEM "

                                     Tratamento da Esquizofrenia

Os antipsicoticos, familiares e amigos são a principal rede de apoio de pacientes com esquizofrenia.
Os medicamentos antipsicóticos são o tratamento de escolha para esquizofrenia, tanto na fase aguda como na fase de manutenção. Têm ação pronunciada sobre alguns sintomas, como tensão, hiperatividade, agressividade, hostilidade, alucinações, delírio, insônia, anorexia, negativismo, isolamento. O uso de antipsicóticos também é indicado como tratamento de manutenção, para reduzir o risco de recaídas. O tempo de manutenção da medicação deve ser de pelo menos 5 anos; após esse período, se não houver recaídas, é possível estudar a possibilidade de redução e eventualmente suspensão do antipsicótico.
Familiares e amigos são a principal rede de apoio de pacientes com esquizofrenia. Tradicionalmente, os familiares são solicitados a ajudar no tratamento dos seus parentes doentes de duas maneiras. Primeiro, é solicitado que compareçam ao hospital ou consultório médico para fornecer informações a respeito da vida pregressa do paciente e como se desenvolveu a doença. Segundo, é solicitado a envolverem-se no tratamento mais ativamente de vários modos. A família e amigos dos indivíduos com esquizofrenia encontram as mesmas dificuldades dos familiares de pessoas que sofrem de outras doenças crônicas.
Têm que se adaptar e lidar com o parente doente no dia-a-dia, desenvolvendo estratégias para cada situação diferente. Não existe um padrão de conduta a ser adotado e nem um modo "normal" de reagir. Cada família desenvolve individualmente maneiras de funcionar com a doença e cada indivíduo da família se adaptará diferentemente.
Como familiares também necessitam de ajuda e suporte para si mesmos. A tarefa de cuidar e viver com alguém com esquizofrenia não é fácil e pode ser muito desgastante. Necessitam fazer contatos com pessoas que também estejam passando por situações semelhantes.
Este contato reduz o isolamento, possibilita troca de experiências e, consequentemente, proporciona maior apoio e conforto. Os familiares podem se tornar um grupo com poder para requisitar investimentos em pesquisa e programas para esquizofrenia. São importantes também para levantar fundos para organização de grupos de auto-ajuda .
Programa de Esquizofrenia da Unifesp
O site ProEsq, que é o Programa de Esquizofrenia da Unifesp (EOM) tem uma página voltada ao público geral onde se inclui o artigo: Envolvendo a família, amigos e sociedade no tratamento.Vale a pena ler!

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